terça-feira, julho 31, 2007

Na Cidade.

O tempo foi passando, as cores foram mudando e as pessoas indo embora. Eu não, eu fiquei. Sozinho. Nunca deixei de sorrir. Ainda lembro dos fogos tão variados que enfeitavam o céu nas noites de São João. As crianças brincando na rua, e as mães olhando atentas da calçada.
O silêncio que ficava nas ruas aos domingos é agora o mesmo silêncio que permanece a semana toda.
Há muito desaprendi a falar pois não tinha com quem. E o único som que se atreve a quebrar o silêncio mortal que envolve a cidade é o do meu velho piano em noite de lua cheia.
Talvez você possa me ouvir.

sexta-feira, julho 27, 2007

Sobre o Morador.

Um homem que tem seus anseios, um morador solitário de uma cidade vazia.
Correspondido pela única coisa que realmente possui, o silêncio.
Silêncio tal que pode ser comparado ao silêncio das estrelas, ou quem sabe das tumbas dos faraós.
Solitário, porém alegre, segue na sua cidade a espalhar, o preto no branco e o branco no preto.
Na cidade vazia, que só mora um alguém.